A saudação cerimonial BAI é um dos pilares espirituais e técnicos do Yuènán Quán Võ Thuật. Enraizada na tradição asiática, especialmente no Vietnã Central, ela representa não apenas respeito, mas também a conexão profunda entre o praticante, a arte marcial e seus mestres.
No Vietnã, existem diversas formas de saudação, cada uma adaptada à situação e à pessoa homenageada. No Yuènán Quán, preservamos essas tradições com significado e propósito.
🔷 NGHIÊM BAI – Saudação em Pé.
A saudação Nghiêm Bai é carregada de simbolismo energético. Ela representa o conceito de Thô Cô, Nhập Tân — o Vazio e o Pleno — expressos pelas mãos:
• Mão esquerda aberta: representa o vazio, o aspecto negativo (Âm).
• Mão direita fechada: representa a plenitude, o aspecto positivo (Dương).
Essa dualidade gera o princípio de Kinh Dịch (Lei da Mutação), base filosófica da arte marcial. Ao unir as mãos, o praticante evoca uma ciência milenar, onde o punho fechado simboliza força e agitação, e a mão aberta representa paz, perdão e cessação da agressão.
A saudação Bai é, portanto, um gesto consciente e profundo. Para os iniciados, ela revela que o verdadeiro objetivo da arte marcial não é apenas vencer o adversário, mas trilhar o Caminho da Serenidade, como ensinado pelo Grão-Mestre do Fundador.
BAI-MON: Realizada ao entrar ou sair da sala de treinamento. Homenageia o espaço sagrado de formação (Võ Duong) e os mestres que transmitiram seus conhecimentos ali.
DÒNG BAI: Executada de frente para o parceiro, antes ou depois de uma sequência técnica. Representa respeito mútuo e conexão marcial.
BÁI SU’: Dirigida ao professor ou assistente, realizada antes e depois da aula, ou ao solicitar orientação. O aluno deve permanecer na posição Chuân Bai, demonstrando atenção e respeito.
BAI TO: Realizada antes de um Thao Quyên (forma técnica). É uma homenagem aos mestres falecidos e ao fundador do método. Deve ser evitada quando o fundador estiver presente, por respeito à sua presença viva.
• Punho direito fechado, mão esquerda aberta.
• Antebraços na horizontal, à frente do corpo.
• Inclinar ligeiramente o tronco para frente, mantendo a cabeça alinhada com o busto.
• Olhar fixo na pessoa ou local saudado.
A saudação Bai é mais do que um gesto — é um ritual de consciência, respeito e conexão com a linhagem marcial. No Yuènán Quán Võ Thuật, ela guia o praticante no caminho do equilíbrio entre força e serenidade.
A saudação de joelhos LÊ TÔ é um gesto cerimonial reservado a momentos de profunda reverência e significado nas tradições das escolas vietnamitas. No Yuènán Quán Võ Thuật, ela representa respeito absoluto à linhagem, aos mestres e aos princípios que sustentam a arte.
🔸 Diante dos retratos dos Grão-Mestres Phạm Xuân Tong e Châu Quan Ky
Ao final de grandes eventos — como cerimônias de encerramento de cursos nacionais ou internacionais — os praticantes realizam a saudação de joelhos em homenagem ao Grão-Mestre Phạm Xuân Tong e aos mestres falecidos, incluindo o Grão-Mestre Châu Quan Ky.
🔸 Diante do Fundador do Método, do Mestre Châu Bạc Long ou Professores
A saudação mútua ajoelhada diante do Fundador ou do professor carrega um significado profundo. Ao aceitar esse gesto, o mestre reconhece o agradecimento e, ao retribuir, concede o testemunho de admissão ao posto de aluno próximo.
No Yuènán Quán, a saudação LÊ TÔ é usada cerimonialmente com profundo respeito aos 8 Princípios Fundamentais, recitados no início de cada aula. O professor posiciona-se de costas aos alunos e de frente para o quadro com os princípios e a foto do fundador. Em seguida, realiza-se o NGHIÊM BAI (BAI-MON) como homenagem ao Võ Đường, o local sagrado de treinamento.
Ao final da aula, LÊ TÔ é novamente realizada com reverência à Filosofia do Yuènán Quán. O professor posiciona-se de frente para os alunos, que estão voltados para o quadro da Filosofia. Após a recitação, o professor executa LÊ TÔ em homenagem aos Grão-Mestres Patriarcas:
• Thầy Tổ Sư Châu Quan Ky
• Thầy Chưởng Môn Phạm Xuân Tong
ao Mestre do Mestre Fundador:
• Châu Bạc Long Evandro Crestani
ao Grão-Mestre Fundador:
• Sư Phụ Chưởng Môn Kim Hổ Tây Phương Nielsen Amaral
A saudação é então dirigida aos participantes, na ordem: Võ Sinh (praticantes), graduados (Dai Den, Huan Su’, etc.). Se houver um Võ Sư ou grau superior presente, a saudação será dirigida a ele, representando todos os demais graduados. Em seguida, os alunos saúdam o professor e finalizam com NGHIÊM BAI (BAI-MON) em homenagem à tradição da escola e aos praticantes ao redor do mundo.
Início da aula:
1. Todos em pé na posição CHUÂN BI.
2. Somente o professor realiza o QUAY pela direita.
3. Ao comando XUÔNG:
• Coloque o joelho direito no chão, tronco vertical, mãos apoiadas no joelho esquerdo.
4. Ao segundo comando XUÔNG:
• Coloque o joelho esquerdo no chão, junte os dedos dos pés e sente-se sobre os calcanhares, mantendo cabeça e tronco retos.
5. O professor recita os 8 Princípios Fundamentais, e os praticantes repetem cada um.
6. Ao comando NGHIỆM LÊ:
• Junte as mãos em triângulo acima da cabeça e coloque-as no chão.
7. Ao comando LÊ:
• Incline o peito e toque a testa nas mãos.
8. Ao comando LÊN:
• Endireite o tronco.
9. Ao segundo comando LÊN:
Este ritual não é apenas uma saudação — é um testemunho vivo da filosofia, da linhagem e do respeito que sustentam o Yuènán Quán Võ Thuật.
Ao final de cada aula no Yuènán Quán Võ Thuật, realiza-se a saudação cerimonial LÊ TÔ, um gesto de profunda reverência à linhagem, à filosofia e aos mestres que sustentam a arte. Este ritual é executado com disciplina, respeito e consciência plena.
🔹 Etapas do Ritual
1. Preparação inicial
2. Saudação inicial
• Ao comando NGHIỆM LÊ:
• Mão esquerda com punho fechado na guarda esquerda.
• Mão direita permanece acima do joelho esquerdo.
• Ao comando LÊ:
• Incline o tronco, olhando para o chão.
• Ao comando LÊN:
• Endireite o tronco.
3. Postura ajoelhada:
🔹 Homenagens Cerimoniais:
O professor, de frente para a foto do fundador, pronuncia os nomes dos patriarcas e mestres. A cada nome, todos realizam o gesto de reverência para cada nome abaixo:
• Juntar as mãos em triângulo acima da cabeça.
• Colocar as mãos no chão.
• Ao comando LÊ: inclinar o peito e tocar a testa nas mãos.
• Ao comando LÊN: endireitar o tronco.
Ordem de homenagem:
1. Thầy Tổ Sư – Châu Quan Ky
2. Thầy Chưởng Môn – Phạm Xuân Tong
3. Châu Bạc Long – Evandro Crestani
4. Sư Phụ Chưởng Môn Kim Hổ Tây Phương – Nielsen Amaral
🔹 Reconhecimento aos Praticantes
• Somente o professor realiza o QUAY pela direita.
• O professor diz: Võ Sinh
• Todos realizam o gesto de reverência conforme descrito.
Se houver graduados presentes:
• Os atos de reverência são repetidos uma vez para cada título: Dai Đen, Huấn Sư, etc.
• Havendo um Võ Sư ou grau superior, a saudação será dirigida exclusivamente a ele, representando todos os demais graduados.
O mais graduado à esquerda do professor pronuncia o título do professor (Dai Đen, Huấn Sư, etc.), e todos realizam a saudação correspondente.
🔹 Finalização do Ritual
• Ao segundo comando LÊN:
• Coloque o pé direito na posição vertical.
• Levante-se, trazendo a perna direita à frente, alinhando com a esquerda.
• Finalize com NGHIÊM BAI (BAI-MON), em homenagem à tradição da escola e a todos os praticantes ao redor do mundo.
Este ritual encerra a aula com dignidade, respeito e conexão espiritual.
A saudação cerimonial com armas marciais, conhecida como “Chào Với Vũ Khí” Pronúncia: Tchao voi vu khi), é uma prática de respeito e disciplina profundamente enraizada nas tradições marciais sino-vietnamitas. No Yuènán Quán Võ Thuật, ela representa não apenas reverência ao espaço e aos mestres, mas também à própria arma — vista como extensão do corpo e da mente do praticante.
🔹 Formas de Execução
A saudação com armas pode variar conforme o tipo de arma utilizada e o contexto cerimonial. De acordo com o método original, ela pode ser realizada:
• Em pé
• Sentado sobre os calcanhares
• Com um joelho no chão
Essa flexibilidade respeita a tradição e a simbologia de cada arma, adaptando o gesto à sua natureza e uso técnico.
🔹 Posição da Arma
• Normalmente, a arma é segurada com a mão esquerda, simbolizando o aspecto receptivo (Âm) e o controle da força.
• Em alguns casos — como no uso do sabre (Gươm) — a arma pode ser colocada à frente do praticante, em posição de repouso cerimonial, representando neutralidade e prontidão.
🔹 Significado Cerimonial
A saudação com armas não é apenas um gesto técnico. Ela expressa:
• Respeito à linhagem marcial
• Conexão espiritual com o instrumento de combate
• Consciência plena do momento presente
• Reconhecimento da tradição e dos mestres que transmitiram o conhecimento
“Cada gesto carrega o peso da tradição, a disciplina do caminho marcial e a força ancestral de Kim Hổ.
Que esta saudação seja um lembrete: a arma não é apenas madeira ou aço — é extensão da alma marcial.” Sư Phụ Chưởng Môn Kim Hổ Nielsen Amaral
A saudação cerimonial com armas tradicionais é um gesto de reverência e disciplina que honra a linhagem marcial, o espaço de treino e o instrumento de combate. No Yuènán Quán Võ Thuật, esse ritual é realizado com atenção plena e respeito à tradição.
🔹 Procedimento Cerimonial
1. Posição inicial
• Todos em pé na posição CHUÂN BI.
• A arma repousa no braço esquerdo, ao lado do corpo.
2. Ao comando XUÔNG:
• Coloque o joelho direito no chão.
• Mantenha o tronco vertical.
• Apoie a mão direita sobre o joelho esquerdo.
3. Ao comando NGHIỆM LÊ:
• A arma permanece repousada no braço esquerdo.
• Mantenha a postura de joelho direito no chão, tronco ereto e mão direita sobre o joelho esquerdo.
4. Ao comando LÊ:
• Incline o tronco para frente, olhando para o chão,
• Sem inclinar a arma, que permanece estável.
5. Ao comando LÊN:
• Endireite o tronco, retornando à postura vertical.
6. Ao segundo comando LÊN:
• Coloque o pé direito na posição vertical.
7. Finalização
• Levante-se, trazendo a perna direita à frente, alinhando com a perna esquerda.
Este ritual reforça a filosofia do Yuènán Quán: a arma não é um objeto de agressão, mas um símbolo de disciplina, equilíbrio e sabedoria.